Acessibilidade: como adaptar as novas construções?
Segundo pesquisa do IBGE, publicada em 2010, a população brasileira é composta por 23,9% de pessoas com deficiência. Assim, o número de pessoas prejudicadas quando um prédio não possui acessibilidade é significativo.
Quando se fala de acessibilidade, muitos não entendem completamente do que se trata. Sabem que é um conceito que gira em torno de incluir e facilitar a vida das pessoas com deficiência, mas como?
Tipos de acessibilidade
Para entender com mais detalhes, é preciso saber que não existe apenas uma forma de tornar o ambiente mais acessível para esse público. Na verdade, esse conceito é bem segmentado. confira os tipos de acessibilidade existentes:
- Acessibilidade atitudinal;
- Acessibilidade na arquitetura;
- Acessibilidade metodológica;
- Acessibilidade programática;
- Acessibilidade instrumental;
- Acessibilidade nos transportes;
- Acessibilidade nas comunicações;
- Acessibilidade digital.
O primeiro tipo de acessibilidade está ligado a todos os outros. É a atitude perante a pessoa, uma percepção sem preconceitos e disponibilidade para ajudar. Esse desejo de quebrar barreiras e conseguir igualdade está presente em todos os outros tipos de acessibilidade.
Já a acessibilidade na arquitetura diz respeito à eliminação de quaisquer barreiras físicas em um ambiente. O trabalho de arquitetar um ambiente deve ter em mente as necessidades de alguém com deficiência.
Cada local possui uma série de especificações a seguir nesse sentido, dependendo de seu porte e das atividades ali exercidas.
Alguns exemplos clássicos de acessibilidade arquitetônica são a colocação de rampas e o chamado banheiro deficiente. São medidas muito importantes para aqueles que usam cadeiras de rodas e garantem a sua segurança, bem-estar e mobilidade.
Ao contrário do que se pode pensar, a acessibilidade arquitetônica não apresenta muitos custos. Em verdade, o custo final de uma construção muda apenas em 1%.
O segredo é, desde o início do projeto, pensar nessas questões. A reforma pode ser mais onerosa, chegando aos 25%.
Para que um banheiro seja considerado acessível, deve-se apresentar alguns fatores.
É preciso ter uma barra de apoio, um sistema de alarme para casos de acidente (com um botão que pode ser acionado de dentro da cabine, liberando um aviso sonoro e visual do lado de fora da cabine) e, obviamente, o espaço do banheiro deve ser mais amplo, pois precisa acomodar, não apenas, a pessoa, mas sua cadeira de rodas.
A acessibilidade metodológica, por sua vez, é sobre a aprendizagem e estudos. Afinal, o direito à educação é para todos. A acessibilidade programática abarca a legislação, questões como a norma acessibilidade.
Existem diversas Normas Reguladoras no Brasil, que definem os Equipamentos de Proteção Individual, definem como um sistema de para-raios deve estar, etc.
Algumas dessas normas abordam a questões das barreiras arquitetônicas para pessoas com deficiência. Por exemplo, a NBR – 9050 (Acessibilidade a Edificações Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos) e a NBR-14273 (Acessibilidade a Pessoa Portadora de Deficiência no Transporte Aéreo Comercial).
Compre material adequado
Ao comprar material de construção, deve-se incluir os itens necessários para se adequar ao público com deficiência.
Pode-se destacar, por exemplo, as barras de apoio para o banheiro, o piso tipo reta para deficiente visual e algumas técnicas de construção específicas, como não fazer uma calçada muito acima da rua, colocar rampas em todos os locais necessários e se preocupar com o espaço que a cadeira ocupa.
Um equipamento imprescindível em empresas, mesmo que elas não possuam tantos andares, é o elevador para portadores de deficiência.
No Brasil, a falta de acessibilidade urbana acaba segregando quem tem necessidades especiais. As calçadas são íngremes e acidentadas, repletas de desníveis, locomover-se de ônibus acaba sendo um transtorno por conta de sua lotação e os bancos não oferecem uma entrada para deficientes.
Justamente por isso, o governo adotou uma política de multar os locais não acessíveis e criou uma linha de transporte própria para esse grupo de pessoas, com viagens agendadas.
Assim, o cidadão não se vê preso em sua própria casa. O intuito é que tenham acesso ao trabalho, ao lazer, à cultura, ao esporte, que de fato vivam como qualquer outra pessoa.
Por fim, a conclusão é que o Estado toma iniciativas para tentar deixar o Brasil mais acessível, mas isso está longe de ser uma realidade.
O papel das empresas é pensar nessas pessoas e não colaborar para que se sintam excluídas. Um negócio de sucesso é um negócio que se preocupa com as minorias, validando a existência de absolutamente todos os clientes e colaboradores.